domingo, 6 de março de 2016

Oh, les vaches!!

A França ocupa o primeiro lugar, ao nível agrícola, da UE, com 18% de toda a produção agrícola e agro-alimentar europeia, bem como um total de 76 milhões de euros de volume de negócios, bem acima do segundo classificado, a Alemanha com 56 milhões.

Alguns produtos são mundialmente famosos, o trigo ( 1º produtor europeu, 5º mundial ), o milho ( 8º produtor mundial ), o açucar ( 7º produtor mundial ), o leite ( 3º produtor mundial de leite ), donde saem os tão afamados queijos, o vinho ( 1º produtor mundial ), a carne bovina ( 5º produtor mundial ).

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Não negando a qualidade dos produtos franceses, o que mais impressiona são as quantidades, e aí reside a grande diferença para Portugal.

Mesmo sendo suspeito, por ser português, parece-me inegável que a qualidade dos nossos produtos é tão boa, ou mesmo superior à dos franceses, de repente, lembro-me do vinho...do queijo...da carne de vaca!
Só que nunca poderemos competir, dada as quantidades envolvidas, dificilmente teremos capacidade para que o nosso vinho seja conhecido à escala mundial, uma vez que não temos quantidades suficientes para que assim seja.
Mas isto sou eu a dizer, que nao sou nenhum Capoulas! :)

Vem isto a propósito da minha visita ao Salão Internacional da Agricultura de Paris, que terminou este fim de semana, no Parc de Expositions de Paris:



Uma feira absolutamente impressionante pela dimensão, vejam os números.

 - 1050 expositores, divididos pelos 8 pavilhões do recinto, num total de quase 230.000 metros quadrados, tendo o Pav 1, mais de 50.000 metros quadrados e o Pav. 7, mais de 70.000 metros quadrados...para comparar, a FIL, possui 100.000 metros quadrados, distribuídos de forma  igual por 4 pavilhões!
 - 3859 animais;
 - 4 882 produtos presentes;
 - 16 338 vinhos degustados ( confirmei alguns! )
 - 230 toneladas de palha;
 - 280 toneladas de estrume ( incrivelmente, na feira da Golegã o cheiro é muito pior!)
 - 700.000 visitantes previstos.




Realmente, de quem vem de países pequenos, é impossível não se espantar, não se admirar, pela dimensão deste país incrível, que tem, igualmente, uma cidade fascinante!

Na senda do mesmo tema, e para terminar, uma sugestão cinematográfica...pareço o Lauro Dérmio :) :

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http://www.imdb.com/title/tt4505208/?ref_=nv_sr_1

De chorar a rir!!

PP






quarta-feira, 2 de março de 2016

Porque eles existem...

Cidade da luz, da elegância e do glamour, possui um lado negro, que muitos preferem ignorar, fazer de conta que não vêem.

De 2001 a 2012, os sem-abrigo tiveram um acréscimo de 84%, calculando-se, na altura, que rondassem os 30.000 na capital, sendo que destes, quase um quarto ( 23%) tinham menos de 30 anos.
Estes números são bem anteriores à crise dos refugiados, o que leva a crer que pecam por escasso, sem duvida!

Dá que pensar...

E porque da adversidade submerge o que de melhor o Homem tem, foi criado um projecto solidário Le Carillon ( apenas coincidência com o nome de um dos malogrados restaurantes dos atentados do 13/11), no XI bairro de Paris( por agora...), por um jovem especialista em economia solidária, Louis Xavier Leca.
A ideia base é dar dignidade aos SDF ( "sans domicile fiscale", nome "oficial" dos sem-abrigo...) através da multiplicação de acções solidárias, para que possam recuperar alguma confiança e auto estima em falta, necessárias para iniciarem uma nova etapa na sua inserção social.
Os comerciantes da zona são actores principais do projecto fornecendo um qualquer serviço, por mais insignificante que possa parecer, mas que terá um enorme significado para quem não tem nada.
Um copo de água ou de sumo, acesso ao WC, possibilidade carregamento de telemóveis, poder efectuar chamada de emergência, trocar ideias/discussão construtiva, acesso ao kit básico de primeiros socorros, acesso a um micro-ondas para aquecer comida, etc.



Porque, entendo igualmente que há algum comodismo em muitos dos sem-abrigo, que acredito serem, estes, uma enorme minoria, uma história para desanuviar.

Em frente à minha casa, no XV bairro, dorme, e permanece durante o dia todo, um sem-abrigo, cujo a única acção diária, é permanecer sentado em frente ao Carrefour, dizendo "bom dia" e, aguardando pela esmola dos transeuntes.
Quando já tem mais confiança, costuma pedir um café...sim, pede, para que o vamos e leva-lo até ele. Exacto! :)
Aqui podem ver o meu "vizinho", sentado em frente à entrada do supermercado, sendo a entrada da garagem no lado esquerdo da foto, o local onde pernoita:


Ici c'est Paris!!